sábado, 21 de novembro de 2009

Soneto da Honra Final

Será assim, amiga:
Um certo dia, estando nós a contemplar o poente,
Sentiremos no rosto, de repente,
Um beijo leve de uma aragem fria

Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia.
E partiremos, tontos de poesia
Para a porta de trevas aberta em frente.

Ao transpor as fronteiras do segredo,
Eu, calmo, te direi: - Não tenhas medo.
E tu, tranquila, me dirás: - Sê forte.

E como dois antigos namorados,
Noturnamente triste e enlaçados,
Nós entraremos nos jardins da morte.

Vinicius de Moraes

Um comentário:

  1. Vinicius de Moraes... preciso mesmo dizer mais alguma coisa? Otimo é pouco para esse grande escritor.
    Abração Sr "see what i see" hahahaha

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