domingo, 25 de outubro de 2009

"Serei
serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos
te digo
E tu também liberdade terás
P'ra quando quiseres, bater a porta
sem olhar para trás
Serei
serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos
te digo
E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres, bater a porta
sem olhar para trás
Se o teu corpo cansar dos meus braços
Se o teu ouvido cansar da minha voz
Quando os teus olhos cansarem dos meus olhos
Não é preciso haver falsidade entre nós
Serei
serei leal contigo
Quando eu cansar dos teus beijos
te digo
E tu também liberdade terás
Pra quando quiseres, bater a porta
sem olhar para trás."

Caetano Veloso - Totalmente Demais

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

" O mundo não pára de girar. E quanto mais ele gira, mas achamos que isso nos enrola. As coisas vão passando, os problemas aumentando ou diminuindo e as pessoas começam andar com mais pressa ao nosso lado em nossos caminhos. Depois de um tempo, o mundo começa a acelerar. Tudo começa a ficar sem controle, suas palavras saem sem fazer sentido e as pessoas que antes eram nítidas agora são somente borrões ao seu redor. Tudo começa a ficar distante e estranho, as cores começam a se fundir. O branco começa a tomar parte de tudo, para depois repentinamente, tornar-se seu pior inimigo: o preto. E então, você acha que cai. Que tudo não passou de um caminho para um abismo que existia no final da estrada que estava trilhando e que aquele abismo estava ali de propósito, pois você não soube escolher o caminho certo, às pessoas certas, às cores certas, os sentimentos certos, os amores certos. Você não soube viver certo. Até que, bem lá no fundo do abismo, quando somente o negro o esmaga, você percebe que não é por isso que está lá. Suas escolhas influenciam e muito, mas você está no abismo porque quis. Ninguém pode te derrubar. Só você mesmo pode. E depende de você querer ou não continuar lá. Agora, o maior desafio é saber quão valoroso são às cores, às pessoas, a vida, o seu coração e sua alma para que você tenha forças para novamente se levantar, abrir suas asas e deixar-se alçar voo, brilhando novamente com a mesma intensidade que tinha antes de cair naquele abismo. E esperar quando será a próxima vez que provará para si mesmo que é mais forte e mais importante do que você mesmo pensa."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

" A clareira era escura, mas a fogueira ao centro iluminava os arredores, até mesmo uma parte minha. Eu estava um pouco além dos limites da clareira, encoberto pela metade na escuridão das árvores e dos arbustos, mas com minha visão privilegiada do que acontecia naquela noite.
Ao centro, existia a fogueira. Mas, não era uma simples fogueira. Era uma enorme Salamandra invocada por conhecedores da Grande Arte excepcionais que eu também conhecia. O fogo brilhava, lambia o ar e iluminava a noite tanto quanto aquela lua cheia no alto. As faíscas douradas e vermelhas saiam e voavam, e o fogo parecia ser feito de falanges que não queimavam aos dançarinos em volta. Todos dançavam alegremente ao som de batidas, palmas e vozes. Vestidos lindos, coloridos, cabelos trançados com fitas coloridas e ervas, flores coloridas e de diversos tipos e tamanhos enfeitavam as mulheres que rodeavam a Grande Salamandra. Os mais velhos entre nós também estavam ali, observando aquele pequeno Ritual dedivado a Grande Mãe.
Eu sentia uma alegria contagiante, uma magia intensa. Mas, dentre todos ali, eu reconheci uma em especial. Minerva, uma bruxa que era tão linda a luz do luar, tão fervorosa e devota. Seus cabelos mesclavam de vermelho para negro a luz daquele luar, e minha visão não estava favorecida. Dançava elegantemente, mesmo que eu não conseguisse definir como eram suas vestes, devido aos movimentos rápidos e fortes.
Dançava com fervor, com alegria e prazer, e emanava uma aura forte e bela. Uma bruxa como poucas, ligada a terra e aos ensinamentos da Grande Mãe, muito pouco conhecidos já naquela época. Uma época perigosa para nós, seguidores da Grande Arte. Era preciso se esconder do perigo que crescia no medo.
Olhei para o lado e vi uma figura emcapuzada chegando mais perto da clareira, mas sem se revelar. Reconheci a figura de imediato, claro. Era meu irmão. Um irmão não só de sangue, como de alma. Mesmo que nossos cabelos fossem de cores diferentes. Os meus compridos, lisos e de um loiro claro, e os dele de um negror forte como a noite. Ele observou-me por uns momentos, e me cumprimentou silenciosamente, com apenas o olhar. Ele era muito reservado, mas não estava surpreso de ter saído da montanha em que vivia para ver Minerva dançar. Ele a amava tanto por dançar. Amava-a como amava a própria Deusa. Voltei a observar por mais alguns momentos Minerva dançando ao redor da fogueira e retornei meu olhar para meu irmão.
Oryon simplesmente lançou-me mais um olhar e partiu pela escuridão, seguindo a trilha pela floresta de onde tinha vindo, subindo mais a frente pela montanha onde vivia, voltando a sua vida com a Deusa, seus rituais e suas dedicações para com a Mãe.
Eu voltei a olhar todo aquele explendor. E a fogueira brilhante foi a ultima coisa que vi."

Resolvi descrever uma das primeiras cenas que vi quando comecei a relembrar meu passado como outra pessoa, com outro nome. Li recentemente um blog muito curioso e alegrei-me com alguns posts que li ali. E, por um acaso, lembrei-me desta cena ao luar. Agradeço ao http://www.fantasmasperdidos.blogspot.com/ por me deixar relembrar tal cena. Ela foi muito importante para mim e para meu Mestre, e é até hoje. É uma lembrança não tão vívida, mas que marcou-me por ter sido, possivelmente, a última vez que vi Minerva e Oryon naquela vida. A Inquisição não perdoava quem não era fiel a Igreja. E ainda não perdoa, como todos já bem sabem. Fico feliz de saber que, mesmo depois de tantos séculos, eu ainda os tenho comigo, nesta vida. E é sempre bom relembrar que, quando aprendemos a amar nossa Grande Mãe, ela nunca deixa de nos amar.
Mais uma vez, obrigado ao http://www.fantasmasperdidos.blogspot.com/ por me proporcionar essa nostalgia. Estava precisando. E obrigado pelo selo! :P


domingo, 11 de outubro de 2009

"Porque protegê-las,
porque ter saudades,
porque amá-las?"

InuYasha

sábado, 3 de outubro de 2009

"Talvez nada mais vá me interessar tão cedo depois de você. Não importa o quanto eu diga que aprendi, que superei, que disse que tudo acabou. Acho que sempre vou querer ser parte de você. Ser uma parte de seu coração, uma parte de sua alma, fazer de você membro permanente em mim, para sempre. Além do sempre, além da eternidade. O que é a eternidade para alguém que pode te amar como eu? Talvez isso te assuste. Não sei, não sei qual seria sua reação. Eu não lhe disse isso. Nem lhe diria hoje, nem amanha, nem nunca. Quem sofre por amor, sofre sozinho sempre. Isso não muda e nenhum lugar e em nenhuma circunstância. Só me arrependo de não ter-lhe arrancado um beijo quando tive chance. Mas, acho que nem isso eu tive. Talvez você me empurrasse, me xingasse, me humilhasse. Não, humilhar você não o faria. Mas, nunca mais seus olhos me veriam com um mínimo de carinho ou ternuna de amigo. Amigo... nunca uma palavra foi tão intensa, tão forte e tão cortante. Amar-te pode significar minha destruição, o fim da minha existência. Mas, se for para amar assim e deixar de existir feliz, sabendo que fui fiel ao sentimento que crescia dentro de mim e eu não impedia de crescer, que seja. Talvez eu tenha deixado de existir quando você me chamou de amigo ou invés de amor."