domingo, 29 de novembro de 2009

" - Vamos correr?
- Vamos!
Você aceitava minhas sugestões tão facilmente. Eu lhe convidava para coisas tão estúpidas e você me respondia com um sim como se eu lhe estivesse convidando para visitar a Lua. Enquanto corríamos, eu via teu sorriso no rosto. Tua alegria era transbordante, e caia em litros de amor e carinho por todo o caminho que passávamos. Eu via flores crescendo por onde tu passavas, via passarinhos rodopiando e via que o sol brilhava mais. Aos poucos, o céu se abriu. O sol brilhava bem morninho depois de todo um dia de muitas nuvens pesadas. Seu sorriso havia feito isso? Dado ao sol mais uma oportunidade de brilhar antes que o dia acabasse?
Passávamos pelas pessoas rapidamente, sem esbarrar em nenhuma. Todas sorrindo como se fôssemos duas belas crianças que simplesmente corriam pelas ruas de um ex-dia nublado só brincando. Mas, nós não eramos crianças. Passamos pelo parque que se estendia a frente, você saltando obstáculos com agilidade, e eu seguindo logo atrás. Como o dia se iluminava com você a frente, ao meu lado ou onde quer que esteje, só pela mera lembrança de sua existência. E, acima de tudo, você sorria. Sorria para mim, sorria para o céu, sorria para tudo e todos. Não parecia ser composto de algum material orgânico que eu pudesse definir. Parecia ser feito de luz. Parecia ser feito de muita luz. E essa luz iluminava meus caminhos de tal forma que, a cada dia que passava, eu só pensava em ficar mais perto de você.
Jogou-se na grama, esperando que eu acompanhasse seu gesto. Quando me desfaleci ao seu lado, logo rolei para cima de você, e lhe fiz uma pergunta:
- Será para sempre?
- Sim, será para todo o sempre."

sábado, 28 de novembro de 2009

Não querendo ser arrogante nem nada, mas porque eu tenho a impressão de que eu sou cercado de pessoas que são egoístas nas horas em que elas precisam ser altruístas? Isso se elas fossem altruístas, claro. Parece que todos só querem saber de fugir nas horas de aperto dos outros, só querem se dar bem e tudo o mais. Porque essas pessoas precisam ser tão mente pequena? Ter sentimentos são negativos e mesquinhos? De boa, eu não evoluí, treinei e deixei tanta coisa pra trás pra viver rodeado de gente assim. Eu vou continuar como sempre fui, mas não vou estender a mão pra tirar gente que não quer ser tirada da escuridão. Tem gente que precisa muito mais da minha luz.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Pra sempre definitivamente não quer dizer todo dia."

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

As frases estão circulando na minha mente com um tornado, mas não consigo juntá-las e escrever algo. Preciso de férias. Férias de tudo e de mim mesmo. Ai ai, alguém tem alguns lexotan? Tô precisando ficar mais tempo fora do meu corpo, viajando.

sábado, 21 de novembro de 2009

Defina Amor.
Soneto da Honra Final

Será assim, amiga:
Um certo dia, estando nós a contemplar o poente,
Sentiremos no rosto, de repente,
Um beijo leve de uma aragem fria

Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia.
E partiremos, tontos de poesia
Para a porta de trevas aberta em frente.

Ao transpor as fronteiras do segredo,
Eu, calmo, te direi: - Não tenhas medo.
E tu, tranquila, me dirás: - Sê forte.

E como dois antigos namorados,
Noturnamente triste e enlaçados,
Nós entraremos nos jardins da morte.

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

"Jamais desista de si mesmo, jamais desista das pessoas que você ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário!"

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eu só estava caminhando pelas ruas. Só isso. Eu já queria caminhar por ai faz tempo, mas eu nunca havia feito isso. E eu não sabia como fazê-lo. Até que a dor foi tão grande que me vi fugindo de minha casa, de meu quarto, de meu computador. Foi estranho deixar meu refúgio e meu matadouro. Eu não o deixava a dias, querendo estar protegido, mas ao mesmo tempo condenado. O sol estava a pino, mas não estava quente. Era um daqueles raros dias de inverno gelado que o sol se aventurava a brincar com o vento cortante. Caminhei e só caminhei. Fui contando os passos entre as linhas, as folhas que via no chão. Fui contando as sombras pequeninas pelo caminho e também o número de vezes que eu já me ferira. Fui calculando minha porcentagem de emoções frias e nojentas. Calculei também minhas emoções calorosas. Pesei em minha balança. 75% de frieza. Contei as faixas da rua que atravessava. Contaria a última se um ônibus não tivesse me atingido. Morri contando as coisas. Morri com aquela dor no peito, constatando que eu era 75% de sentimentos podres.

Droga, morri sem contar quantas crianças estavam no parque adiante.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Eu tive um sonho esta noite. Não um sonho como os outros. Quem me dera ter sido um sonho como os outros. Acho que foi a maneira como fui dormir, com pensamentos e lembranças não muito agradáveis para mim. Acordei em um lugar lindo. O sol estava claro, parecia ser um daqueles campos com grama alta cheios de flores. Já estranhei o sonho. Eu não sou do tipo de pessoa que sonha esse tipo de sonho. Meus sonhos são povoados por criaturas estranhas, lugares estranhos, tragédia e sangue. Muito sangue. Mas, parece que esse sonho seria diferente. Mas, mesmo sendo bonito, eu estava com medo. Eu com certeza sonharia com você. Caminhei alguns minutos pelo campo, observando as flores, arrancando algumas e deixando outras no lugar. Levantei meu rosto e logo vi que você estava lá. Não sorri, só murmurei uma palavra. Merda. Porque eu não podia ter um sonho normal com sangue e muita carnificina que pelo menos eu só gritava? Aqui eu poderia realmente me machucar. Você veio andando até mim, enquanto eu continuei imóvel. Não ousava me mexer um milímetro sequer. Não sei se por medo de te ver sumir como uma nuvem de poeira ou por ter medo de acordar. Só sei que você estava ali, bem a minha frente. Nossa, como você cheirava bem. O mesmo perfume que sempre me deixou nas alturas. Controlei-me para não pular em seu pescoço. Não podia ser real. Eu sabia que não era real. Eu sabia que era meu coração querendo me machucar novamente. Mas, não sabia que ele poderia ser tão cruel assim. Você estendeu a mão para meu rosto, mas não o tocou. Porém, senti o calor de seus dedos sobre minhas bochechas. Senti sua respiração em meu rosto. Quando tentei tocá-lo, minhas mãos passaram por seu peito. Você era uma miragem. E isso me denotava o que eu já sabia a muito tempo, mas parecia que tudo ao meu redor teimava a continuar a me dizer: você era, é e sempre será intocável para mim. Você sorriu com malícia, como se gostasse de ser somente isso para mim, e eu me vi deixando rolar uma lágrima. Amaldiçoei você de todos os nomes que pude. Mentalmente. Não conseguiria dizer nada do que pensava naquela hora. Então, fiz o que sempre fazia quando a dor era grande demais: fechei meus olhos e me sentei no chão, só esperando o torpor chegar. Acordei com meu rosto molhado e meus olhos inchados do choro do sono. Acordei sentindo seu perfume perto de mim. Acordei sentindo seu calor. E acordei sabendo mais uma vez que eu nunca terei você, como você tem meu coração.

domingo, 8 de novembro de 2009

"- Está na hora. - o produtor saia do camarim apressado, esperando que eu o seguisse.
Continuei sentada. Não que estivesse nervosa, já havia feito outros shows como aquele. Mas, era sempre a mesma coisa antes de qualquer show. Eu precisava me preparar para receber e dar tudo aquilo que eu poderia aguentar. Quando levantei, senti uma onda de espasmos se espalhar pelo meu corpo desde meus pés. Aquela onda de espasmos me era bem conhecida. Mas eu nunca estava preparada para sentir esse primeiro sinal de que eu já estava entrando no meu "estado de transe".
Enquanto caminhava, eu podia escutar a multidão gritando meu nome, em frenesi. Escutava também sussurros e palavras estranhas que eu não sabia discernir, e algumas eu até conseguia. Eu só as escutava quando estava entrando em meu "estado de transe". Segundo sintoma.
Passei pelo backstage, peguei um objeto que eu deveria acoplar a câmera quando passasse. Levei um choque ao tocá-lo, mas ignorei e continuei a seguir. Cada passada que eu dava estremecia meu mundo e minha visão, como se eu fosse algo muito maior do que eu pensava.
Cheguei a câmera e pus o objeto, acoplando-o a lente. E entrei no palco.

Eu estava definitivamente transcendendo. Eu via uma multidão gritando e sussurrando ao mesmo tempo. Pulando e parada ao mesmo tempo. Viva e morta ao mesmo tempo. Eu via o triplo, quadruplo de pessoas que estavam ali. Isso se eram mesmo pessoas. Eu via criaturas que eu nunca havia visto. E sentia que meus olhos dilatavam, cresciam e enxergavam muito mais do que deveriam.
Caminhei até o microfone e segurei-o entre as mãos, sem a base. Estava tudo escuro, mas os flashes que viam da multidão me deixavam ver em partes tudo ao meu redor. Esperei a banda se localizar nos instrumentos e esperei o que eu sabia ser o estopim para meu transe iniciar.
Senti o calafrio na espinha quando o baixo arranhou e logo depois, senti que todas as mulheres que existiam dentro de mim, que lutavam umas com as outras por uma opinião diferente juntavam-se em uma, e eu sentia que eu mudava. Olhei para a multidão, ciente de que eu era outra pessoa, e não a mesma. E sorri. Agora sim tudo estava fazendo sentido e tudo que eu dizia era lei.
As pessoas e criaturas que ali me davam poder. Me transmitiam algo que eu não sabia o que era. Devia ser pura energia, não sei. Só sei que ela entrava em mim de todos os lados e com força impressionante e me fazia subir, flutuar. Era como se a energia que passava por mim subia aos céus e quisesse me levar junto, mas que eu devesse ficar ali e ser uma passagem para isso.
Então a música começou, e eu me elevei. Sentia como se pudesse sair do chão e voar. Me sentia uma gigante. Uma Deusa. E agora, tudo o que eu dizia fazia sentido para mim. Eu entoava o hino que aqueles seres a minha frente idolatravam, repetiam e se permitiam entender o que podiam. Mas, só para mim aquelas palavras e gritos faziam sentido completo.
Só ali, eu entendia realmente o que eu estava dizendo, pensando e sentindo."


-Inspirado em Pitty - {Des} Concerto Ao Vivo 06-07-07

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"O que fazer quando você consegue esquecer todos os momentos bons depois que passaram, mas consegue lembrar de cada momento ruim que já aconteceu?"