domingo, 13 de março de 2011

A sensação do esquecimento me abate por todo o dia, mas é algo já acostumado ao meu corpo, a minha mente. Ao meu coração. Saber que, bem ou mal, querendo ou não, eu esquecerei não mais é tão enlouquecedor quanto antes. Entorpece sim. Mas enlouquecedor não.Só em alguns momentos de maiores desesperos, mas não me destrói. Eu acho. Os sorrisos desapareceram, as vozes sumiram. Aqueles olhares não mais existem e eu não sinto mais o toque macio dos cabelos com meus dedos. Isso tudo existiu, claro. Minha mente não me deixa esquecer, meu coração me obriga a lembrar. Mas, ambos estão esquecidos demais para lembrar de algo mais. O cheiro jaz em alguma parte do mundo com o vento, não mais comigo. E isso, não mais me entristesse. A saudade e a vontade de ter algo a dizer sobre um amor que nunca aconteceu é linda e existe sim, dentro de mim. Mas, já está na hora de velhos fantasmas irem embora, exorcizados pelo meu esquecimento. Existem novos fantasmas a serem incluídos e amados platônicamente. Novos fantasmas que se tornarão meus fantasmas, aqueles que me assombrarão em alguns meses, talvez anos. E estes fantasmas, bem, eles serão esquecidos como eu me esqueci dos outros. Como eu esqueci de mim.

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