quarta-feira, 13 de abril de 2011

“Se isso lhe serve de consolação, que se antes de cada ato nosso nós pudéssemos prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos se quer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todo os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para pode comprova-los, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é que é a imortalidade de que tanto se fala.”

(José Saramago)

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