quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Preparo-me um café.
Observo por alguns momentos o que seria uma rua, ou umas vidas. Era novamente uma situação ao qual eu não queria estar, mas eu me arrastava logo quando me deparava. A visão dos carros passando, com pessoas dentro ocupadas em suas vidas ocupadas. A visão das casas iluminadas por donas de casa já despertas pela manhã, ou das casas apagadas a espera de alguém que as ilumine. Maridos saindo para o trabalho, meninos e meninas saindo para estudar, mulheres saindo para lutar pelo seu lugar numa sociedade machista e velhas senhoras de idade indo a feira comprar a verdura fresca do dia. Faz parte também a dança realizada pelo vento ao redor de cada personagem que vejo, cada figura distinta com sua vida, seus pensamentos, seus medos e anseios. Faz parte a Terra onde todos eles estão pisando, onde eu estou pisando, mas onde poucos lhe devem o devido respeito. Faz parte a água que existe dentro de cada um de nós e nos mantém vivos e continuando, mas que passa despercebida. Faz parte a chama que nos mantém acesos para tudo o que nos interessa, tudo o que nos diz respeito e nos causa fervor. Faz parte um Espirito maior, que une tudo isso e mais um pouco, em uma lógica acima da compreensão racional e idealista do homem mundano. Tantas coisas fazem parte de algo que quase ninguém percebe, entende? A mesma borboleta que passa voando pela rua faz parte de todas as nossas vidas, assim como a senhora de casa que vai a procura das verduras do almoço faz parte do homem da casa a frente que vai ao trabalho em seu carro esportivo. Tudo faz parte de tudo, pois ninguém é célula separada, independente. Todos somos parte de um sistema único. É só reparar que esse sistema existe desde sempre e para sempre, não importando ser o que seja. Desde que seja de luz. Às vezes, vale a pena deixar o café esfriar para ver essas coisas.

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