sexta-feira, 22 de maio de 2009

Oh!

"Oh, não.
Não mais se pode voar neste céu que agora se tornou de um nublado cinza escuro.
A melhor opção é correr, mesmo que isso de nada adiante.
Oh, onde está o príncipe de cavalo branco?
Aquele cujo resgata de nós o que temos de melhor e nos salva de tudo que nos pode machucar?
Ele se esvai, foge de um posto que não quer tomar.
Estou longe de ser da realeza.
Oh, como posso nadar contra uma corrente como esta?
Quem pode ir contra o amor? Quem pode drená-lo?
Ensine-me se puder aquele que consegue tal feito amargo.
Oh diga-me o que vê quando eu lhe entrego meus olhos.
Diga o que sente quando lhe toco a pele!
Não podes me machucar mais do que já estou, duvido que possas tal feito!
E se puderes... Como não poderias?
Duvidar sempre fez meus desafios crescerem.
Um cheiro que outrora ficara em minhas roupas e eu não conseguia esquecer.
Não conseguia apagar. Não queria e nem quero, penso eu.
Martirizar-me-ei? Nunca!
Deliciar-me-ei com meus momentos obscuros e cinzentos!
Assim como ei de saborear futuramente frutos de árvores de amores diferenciados.
E não, não me importa o que pensas ou achas, ou o que qualquer um ache ou pense.
De que adiantam limitações? De que adiantam palavras ditas para disfarçar outras escondidas?
Deixe que tudo venha, deixe que tudo apareça.
Não mais me importo com o que possa parecer, não quero saber.
E não penses que não posso ver o que acontece, pois posso sim!
Ora, vejo ações! Vejo pensamentos! Vejo tudo o que preciso ver!
Mesmo que eu possa me privar, mesmo que eu possa me furtar de tais refrações vindas de ti, eu ainda assim as quero.
Ainda assim, mesmo que em um momento eu não mais as suporte, eu as quero.
Por que, o que me faz lúcido se não os emaranhados de sentimentos dentro de mim pulsando entrelaçados a meu coração, a minh'alma?
Tudo é complicado aos olhos de fora, mas simples aos olhos de dentro.
Oh, ainda não consegues perceber a magnitude de tudo isso?
Se por eu simplesmente querer demonstrar o que sou já lhes deixa acuados, porque devo ser o que sou?
Por que devo-lhes mostrar minha verdadeira face? Mostrar-lhes o quão transparente e sincero posso ser?
Não, talvez não exista ninguém que possa ver essa tal face que tantos consideram equivalente a de Medusa, a transformadora de homens em pedra.
Eis que digo que não podes mais ser o que és. Ninguém mais respeita tal virtude.
E logo me esvaio para todos os lados, esperando como um grão de pólen ser levado pelo vento a algum lugar.
Mas, o vento nunca chega.
E eu continuo estagnado aqui, esmagado por sentimentos que surgem de muitos lados, mas com um só objetivo.
E, pela primeira vez, acho que realmente posso afirmar que o amor é mais díficil do que parece."

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